quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Blade Runner: O Caçador de Andróides (Director's Cut) - Ridley Scott

Ano: 1982
País: EUA
Produção: Michael Deeley
Roteiro: Hampton Francher, David Webb Peoples, baseado no livro Os andróides sonham com ovelhas elétricas? de Philip K. Dick
Elenco: Harrison Ford (Rick Deckard), Rutger Hauer (Roy Batty), Sean Young (Rachael), Edward James Olmos (Gaff), M. Emmet Walsh (Cap Bryant), Daryl Hannah (Pris)
Gênero: Ficção Científica
Duração: 147 min

Os primeiros minutos do filme mostram um fundo negro com letras brancas que introduzem o espectador ao clima que será desenvolvido em seguida: Século XXI, seres humanódes são fabricados em larga escala com o objetivo de serem utilizados como operários de empregos degradantes aos nossos olhos, nas colônias espaciais, os replicantes. Estes fizeram um motim contra os humanos, logo se tornando um problema para a vida humana, assim criando pessoas que se encarregavam de "retirá-los" de circulação, os blade runners, caçadores de andróides.

A partir desse prólogo, a história de Rick Deckard, um ex-Blade Runner, forçado a voltar à ativa quando um grupo de replicantes Nexus 6 se rebelam e voltam à Terra para encontrar a solução para seu curto tempo de vida útil (4 anos), indo atrás de seu criador, o presidente da Tyrell Co. A caçada resulta na morte de quase todos os rebeldes e no romance entre Rick e Rachael, dois principais momentos da trama progredindo no ritmo de um thriller com atmosfera noir. Praticamente todos as cenas são sombrias, só me lembro de uma sequência "solar": Quando o protagonista encontra-se com sua amada pela primeira vez, na sede da Tyrell, ele pede que abaixe as cortinas da sala, pois estava claro demais(!)

Outra curiosidade que saltou a meus olhos foi a obsessão por globos oculares desde a primeira cena: a cidade de Los Angeles, Novembro de 2019 é observada da janela de um edifício pelas lentes de íris azuis que tomam toda a tela, o profundo close daquela retina reflete os arranha-céus e chamas daquele lugar é uma das mais belas que já vi (haja visão!). Prossegue com um plano "menos fechado" de uma sala de escritório onde um oficial dá início a um interrogatório com um replicante suspeito.

O método de descoberta de sua origem se dá pelo teste de empatia, mais conhecido como Voight-Kampff, que consiste de uma série de perguntas que despertariam sentimentos humanos em suas respostas. Este só aparecerá mais uma vez, servindo como o primeiro "bate-papo" entre Rick e Rachael, descobrindo que ela é uma replicante, abrindo o viés reflexivo sobre o conceito de humanidade: o que faria uma inteligência artificial ser tão parecida conosco, seria a memória, a imaginação, o medo, a "coceira que não se pode coçar"? Mais uma vez a visão é objeto de atenção, enquanto as questões são postas no teste, a retina é gravada para conferir qualquer dilatação de pupila, sinal de algum "desvio" do interrogado.

Com a fuga do replicante após fugir do teste e matar seu interlocutor, o grupo de rebeldes é identificado pela polícia, que logo se torna a missão de Rick. Enquanto a sua investigação é centrada na análise absurdamente detalhada de uma fotografia, o líder do bando, Roy Batty, recolhe informações  sobre o seu inventor, em um laboratório  de um engenheiro genético "japonês" que fabrica olhos(!) artificiais.

Ambos apenas se encontram nos momentos finais  do filme quando as evidências se voltam para J F Sebastien, o criador dos Nexus 6 ,  um homem solitário que se distrai fazendo "brinquedos" - destaque para a  versão I Guerra Mundial  de  Pinóquio e ursinho Teddy - que abriga Pris após uma noite fria.  Este será usado como ferramenta de acesso a Tyrell  por Roy  e logo destruído junto com seu amigo. O tão esperado embate entre homem e máquina termina com um  "desastroso" empate, Rick ouve de seu inimigo o lamento de alguém que não viveria por muito tempo, tendo suas belíssimas visões dissolvidas como lágrimas na chuva.

Como disse antes, há muitas referências a olhos, um passatempo, para quem já viu esse filme , seria enumerá-los. Eu perdi a conta fácil!

Avaliação: *****
PS: o Director's Cut não possui a narração em off de Deckard, recurso usado no original para "facilitar" o público sobre a trama complexa.

Um comentário:

  1. Devo adimtir (com uma certa vergonha) que nunca assisti esse filme, e após ler sua resenha, e entender melhro sobre o que se trata fiquei ansiosa para correr até a locadora mais próxima e aluga-lo uma boa resenha faz isso, causa sentimentos, e essa conseguiu!

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